Festas dos Capuchos / Vila Viçosa

Numa tradição que se repete a cada ano no segundo fim-de-semana de Setembro, estamos a viver as Festas dos Capuchos em Vila Viçosa.
O largo fronteiro ao antigo convento dos frades franciscanos, um pouco afastado do centro urbano da vila, transforma-se numa sala de visitas para onde todos convergimos, Calipolenses ou não, para podermos conviver num verdadeiro espírito de família.
Eu, tal como muitos dos que amando esta terra, o fazemos à distância, multiplicando este amor pelo peso da infinita saudade, não falto nunca a esta chamada à “reunião de família”.
Aqui, sob a protecção da Senhora da Piedade, do Senhor dos Aflitos, de S. Luís e S. Tiago (sim, porque em Vila Viçosa cada largo tem sempre três igrejas), encontramos os amigos que não se esquecem nunca mas que se vêem de ano a ano, e contamos, partilhamos, as incidências e os acontecimentos de mais uma etapa de vida que, de Setembro a Setembro, acabámos de cumprir.
Falamos das nossas vidas, e projectamos e partilhamos o futuro.
Aqui, temos também o privilégio de reencontrar com a ajuda da memória que nunca se desvanece, todos aqueles que nos anos passados viveram connosco as festas da nossa história, e que hoje só conseguem estar aqui pela força com que exactamente se impõem à nossa memória.
As tômbolas, o lago da pesca ao pato, a praça de touros, o coreto e as fantásticas bandas filarmónicas, o fogo de artificio, a barraca das farturas, a fonte, o local antes destinado aos bailes, etc., são espaços que nos transportam sempre para os inesquecíveis momentos que aqui vivemos antes, nestes dias que insistimos sempre em tornar especiais.
Fico imensamente feliz por ver que esta tradição das Festas dos Capuchos está mais viva do que nunca, e que são as novas gerações que reforçam essa vontade de não as apagar do calendário dos nossos afectos.
Sob o patrocínio da autarquia, o programa das festas foi sendo actualizado, para que pudesse ir de encontro aos gostos de todos os que fazemos o momento presente. Congratulo-me com esse esforço que reconheço está a ser plenamente conseguido.
E no futuro voltarei sempre aqui onde sou feliz.
Em cada ano que passar, guardarei sempre na memória os ecos do último morteiro, numa lembrança que me fará pedir ao tempo que acelere até estes dias em que passamos para lá do castelo, guiados pela grandeza do arraial que traduz em luz a alegria que nos transborda na alma.

Comentários

  1. É que é mesmo isso!
    Ainda ontem aquelas ex-alunas me diziam que é obrigatório virem a Vila Viçosa nesta altura. Mais do que pelas festas em si, mas pelo que representam: o reencontro!

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