Ser do Benfica...


Ser do Benfica é viver esta festa de olharmos para cima, e repararmos que não há nada nem ninguém entre nós o céu.
Corremos então num grito pela cidade, e às duas por três, parece até que o Tejo se vestiu de encarnado e pôs papoilas no cabelo para ir passear até ao Marquês.
Somos feitos de povo e somos orgulhosamente povo. Os nossos pés moram em Carnide, num bairro de Lisboa, a capital, mas o Homem é do tamanho do horizonte onde a alma o leva, e nós, definitivamente, temos dimensão de infinito num corpo que é do tamanho de Portugal.
Não importa quando nascemos, e se o fizemos antes ou depois de alguém, na nossa idade cabe o tempo todo, e no golo de um segundo apenas conseguimos sempre provar a eternidade.
Sim, somos lampiões acendidos pela força de lutar, porque mesmo que nos roubem o dia ou a noite, nós reinventaremos sempre um sol e o luar.
E sim, por mais que o nosso fado se enleie no devaneio de outras canções, voltaremos sempre à essência do sangue que nos percorre, e seremos campeões.


Na noite de Lyon escrevi estas palavras para celebrar o Benfica, mas com a certeza de que os meus amigos Margarida Borrega, José Fernandes, Gonçalo Guerra… as poderiam escrever para o Sporting, ou que os meus amigos Carlos Carvalho, Ricardo Durão… as poderiam escrever para o Porto.
Os campeonatos e os jogos ganham-se, mas os amores de cada um não se defrontam, pelo contrário, somam-se na festa de serem eternos.
O encarnado e o verde fazem a bandeira de Portugal, e o azul puxa para nós o mar que nos fez gigantes.

Um abraço a todos

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