A personagem e a sua história…


Até à última palavra do último parágrafo, a personagem poderá mudar a história.
Quem pousa o livro, já cansado ou pronto para dormir, assinalando cuidadosamente a página que o devolverá ao enredo no dia seguinte, atribuirá, no uso da liberdade ou da criatividade, um desfecho que depois se irá ou não confirmar.
Mas as personagens, principais ou não, terão sempre a última e decisiva palavra.
Tudo isto se passa connosco no final de um dia triste, quando nos esquecemos que a manhã que sucede ao pranto poderá inverter o rumo da história, restituindo-nos o riso e o otimismo.
A trama ainda não acabou, com a vantagem de o argumento depender, em grande parte, da ação do protagonista que cada um cumpre na sua própria história.
E mesmo reconhecendo que muito do desfecho poderá estar na posse e no poder de outros, acreditar na força de nós mesmos, e do Sol, será meio caminho para podermos vencer, realinhando a história, por oferecermos forte resistência a qualquer triste fado.
Também, e por nada ser definitivo até à última palavra deste nosso “romance”, ninguém é eterno ao nosso lado. Haverá sempre gente que parte e gente que chega.
Talvez não entendamos porquê, mas no final, quando o livro regressar à estante depois de lido, tudo, mesmo o que possa parecer mais inverosímil, acabará por ser entendido.
Uma boa semana para todos, com a força de sete novas madrugadas.

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