O músculo do coração


Os abraços fazem músculo no coração, e daí até à força de conseguirmos construir pontes, vai apenas um pequeníssimo passo.
De há muitos anos a esta parte, acho que desde que me conheço, propus-me olhar para a perspetiva positiva daquilo que a vida contém, abandonando qualquer outra, lunar e catastrofista, tão do agrado dos apóstolos da prudência, sempre munidos do “eu bem vos avisei”, ou do “não te rias porque não sabes o que estará para vir”, esta última, sempre que confrontados com algo indiscutivelmente positivo.
O pessimismo é ácido e corrosivo, e os seus seguidores são placebos de gente, que trocaram as almas pelos lamentos, e leiloaram a esperança para comprarem um “respeitável” fato muito opaco.
O pessimista é hipócrita e fraco, na salvaguarda de nunca ninguém lhe cobrar nada. Já os otimistas, passamos a vida a pagar a “taxa da insensatez”.
Associado a esta apetência para saborear o “copo meio cheio”, habituei-me a olhar para a essência de cada pessoa, de cada circunstância...
Verdadeiramente, não sei qual é a cor da pele dos meus amigos, ou das pessoas mais ou menos próximas com quem me relaciono, não sei quantos braços ou quantas pernas têm, é-me indiferente por quem se apaixonam, não sei, e não quero saber em que partido votam, não sei se são ateus ou qual o templo que frequentam.
A amizade, ou qualquer afeto, é coisa da essência, e a essência é o coração.
Sim, o tal coração que tem o músculo que permite fazer as pontes, quando e sempre que acreditamos olhar e caminhar para algo melhor.
Sendo eu farmacêutico por profissão, permitam-me “dispensar” aqui este preparado, ao balcão deste “Pomar”, evitando alguns atos estúpidos e poupando muitas estátuas.


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