A liberdade


Quando entrelaçarmos os nossos braços, imitando as cerejas, as conversas correrão alegres, e sem cessar, pelas ruas, desapertando o sorriso dos rostos ainda molhados dos meninos.

Dizem que há cravos guardados no sol de Abril, que se libertam, vermelhos, às primeiras horas da madrugada, para se misturarem entre as letras todas dessas palavras, chegando aos recantos mais secretos do silêncio, que possa persistir, triste, nas praças e nas vielas da cidade.

A música, dispensará outros instrumentos, para lá da nossa voz, e juntar-se-á a este Tejo de canções, um rio sem margens, sem norte e sem sul, um rio de todas as cores, e não apenas azul.

Os nossos braços entrelaçados, assim, em poesia enfeitando a claridade, vestirão Lisboa com um tempo novo, sem choro e silêncio, um tempo onde os cravos serão da cor da ponte, e do sol que desponta, em Abril e liberdade.

 

(Obrigado ao meu sobrinho Luís pelo inspirado desenho)

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