O Homem é um coração…


O Homem é um coração, e tudo o mais é cor para animar a festa de estarmos juntos, sabendo que quanto maior a diversidade, melhor e maior será a festa.
Existiu um tempo em que acreditei que esta lição estava aprendida: vi a gente saltar sobre os restos do muro de Berlim, comovi-me num domingo à tarde, quando Nelson Mandela saiu da prisão, ouvi e bebi as palavras roucas de Sousa Tavares numa esquina do Carmo, agarrado a um megafone, a falar de povo e liberdade.
Mas hoje, pelo que se diz e pelo que se escreve, sendo reflexo daquilo que se pensa e que se sente...
Será o tempo que insiste sempre em voltar para trás, ou seremos nós que estamos viciados no ódio e desprezamos as duras lições da dor?
Parece que basta um clique, e logo acorremos a esgrimir argumentos que ferem como espadas, porque nunca nada se construirá sobre o ódio, ficando apenas o deserto da terra e dos corpos queimados.
Desamarrem as palavras de Cristo e dos profetas de todas as religiões do universo, dispam-se do pudor e gritem a rebeldia dos versos inteiros de todos os poetas, celebrem com pão a liberdade, cantem as canções que trazem em si as melhores profecias:
- SOMOS TODOS IGUAIS!
Porque o Homem é um coração, e nada mais.

 

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