Os novos / falsos pobres

Confesso-vos que fico em dúvida se me irritam mais os novos-ricos com o seu exibicionismo bacoco ou os novos pobres, não aqueles que verdadeiramente o estão e são, porque os últimos tempos têm empobrecido meio mundo, mas aqueles que sem legitimidade e com os bolsos cheios de dinheiro, apanham a onda da crise e se apresentam como “desgraçadinhos”.
Ontem em declarações à imprensa, o mais alto magistrado da nossa nação, o Presidente da Republica, queixou-se de que as suas reformas, e nem soube dizer quanto somam no total, mas que correspondem por certo a milhares de Euros, não lhe chegam para pagar as despesas e que tem de se socorrer das economias que foi fazendo ao longo dos 48 anos que leva casado.
Esta história do desgraçadinho vem na linha de um outro desabafo feito há algum tempo sobre a injusta reforma da sua mulher.
Será que o senhor Presidente da República não tem a noção pelo pudor de que estas declarações são uma ofensa para a generalidade dos Portugueses que trabalharam tanto ou mais do que ele e que têm de se governar com reformas de miséria?
Esquece-se o senhor Presidente de que a maioria dos Portugueses não tem amigos em bancos, alguns pouco credíveis como o BPN, que lhe permitam fazer aplicações e ganhar milhões para compor as suas reformas e torná-las douradas?
Se tem um problema de deficit porque não utiliza ao nível doméstico a receita que prescreveu ao país no tempo do “monstro” e reduz nas despesas?
Será que ainda não percebeu que “entretidos” a gerir as nossas contas, nos estamos literalmente “nas tintas” para as finanças do senhor Presidente e da sua mulher?
Senhor Presidente, quando falar com os seus amigos, em privado, disserte sobre o que lhe aprouver, mas quando falar para nós, em público, junte-se a nós dando-nos esperança, não colando-se às nossas dificuldades, porque essas nós sabemos que o senhor não as tem e assim arrisca-se a cair, como caiu no ridículo.
Só mais um último dado que poderá ser relevante, para lhe dar conhecimento de que em todas as eleições em que se candidatou, votei em si.
Garanto-lhe que jamais o voltaria a fazer.

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