Porquê chorar nas curvas da estrada em que não te vejo…



Porquê chorar nas curvas da estrada em que não te vejo, se eu sei que estes dias me levarão a ti…
Sei-o muito bem e pressinto-o em tudo, até porque se não fosse assim, eu jamais seria eu.
Nós somos tudo aquilo que buscamos e nada para lá do caminho nos pode oferecer identidade.
Entretenho-me então a decifrar os aromas que a montanha me oferece, e arrumo-os junto com as palavras que oferecem coerência ao desejo, tecendo as rosas que terei presas ao olhar quando chegares à casa que construí para nós.
Uma casa de pedra à sombra de um imenso carvalho, ao lado de uma fonte que o inverno abraça de água fresca.
Sei que chegarás numa tarde de Outono, talvez quando o campo já se tiver rendido em cor ao teu olhar.
Sei que o nosso primeiro beijo apagará a memória de todas as curvas em que não te vi.

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