Reencontro

Quis a vida, e em minha opinião, a sorte, que recentemente e de forma inesperada, me cruzasse ao fim de 26 anos de ausência de total contacto, com alguém que em determinado momento da minha juventude tinha vivido comigo uma aventura de vivência e de partilha Católica, verdadeira tatuagem de virtudes no carácter, que jamais, por muito tempo que passe, poderei apagar da minha existência: os Convívios Fraternos.
A partida foi dada no mesmo local e ao mesmo tempo, a chegada coincidiu também no espaço e no tempo, mas quase nada há em comum nos trilhos que cada um percorreu para chegar ao reencontro.
Para além das diferenças que o espelho todos os dias nos reflecte: mais ruga ou menos ruga, mais cabelo ou menos cabelo; após estes anos, verificamos que falta tempo para contar todas as histórias e tudo o que de marcante aconteceu, e sobram assuntos e vontade de os partilhar.
E em tudo o que mais me impressiona neste reencontro é que tudo pode mudar, os contornos podem ser todos imensamente diferentes, mas os valores de carácter, quando existem são eternos como os diamantes.
As estradas foram diferentes mas os motores que nos fizeram avançar e os GPS’s que nos guiaram, foram sempre os mesmos. Foram e serão sempre essas marcas de personalidade coincidentes na essência que nos unirão na mais profunda amizade.
Vinte e seis anos foi tempo demasiado para estar longe e por isso este desejo firme de apanhar esta boleia da vida e continuar assim sempre unidos, todos os caminhos que houver ainda a descobrir e a percorrer.
Porque nesta fase do percurso nos pode faltar alento e os amigos nunca são demais, nunca são dispensáveis.
Não importa agora quem nos juntou de novo. Eu comecei por dizer que foi a vida, mas pode ter sido Deus...
E qual a diferença?
Não existe.
São a mesma coisa.
O segredo na nossa caminhada foi mesmo esse: Nunca separar Deus da vida!

Comentários

  1. A vida tem destas coisas e a amizade, quando existe, é um bem riquíssimo e intenso. Sejam bem-vindos os amigos. Com eles, a vida de cada um será melhor.

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  2. Nos encontros nunca há acasos, há encontros. A nossa essência está marcada desde cedo, por vezes esquecemo-la, mas à medida que os anos passam queremos voltar a ela. Os amigos que estiveram connosco nesse marcar de essência, nunca os vamos esquecer. Voltar a vê-los é voltar a nós. Às vezes é só isso que nos faz falta.

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