Monte do Zambujeiro

Encontrei-o por acaso, ao virar da esquina na Internet.
A poucos quilómetros a sul de Vila Nova de Milfontes, os 3 últimos percorridos em estrada de terra batida, num anfiteatro de vistas privilegiadas para o Rio Mira, está o local ideal para fazer a terapia da alma, tal o conforto dado ao corpo e o requinte da festa proporcionada aos sentidos.
Repousamos a vista no horizonte verde da planície, inspiramos os perfumes da primavera alentejana, tacteamos de esteva em esteva até encontrar o caminho para o rio e nos deixarmos embalar pelo som do suave correr das águas, provamos o pão único e quente pela manhã, e não há sentido nenhum posto à parte por aqui.
Nem um sexto se descura, porque é constante o intuir que ali mesmo, a curto espaço atrás de nós, está o Atlântico.
E a magia talvez nasça do facto de estarmos exactamente nesta zona mista, neste ponto de encontro em que o imenso mar se entrega à terra e passa o testemunho às espigas para que embaladas pelo vento, prologuem horizonte fora o doce balançar das ondas.
A magia, eu sei, vem do facto de ser primavera e estar no Alentejo, não sendo esta festa nada mais do que o encontro da alma consigo mesma.

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