Como o vento de Lisboa que Junho pinta de lilás...


À sombra das árvores acreditamos que o vento de Lisboa é lilás, e que dança com as nossas palavras num baile de roda e Santo António acabando por levá-las consigo para uma praça onde o tempo não ousa entrar; eterna e intensa é a liberdade que por ali mora: a nossa liberdade.
Há muito que rasgámos o silêncio e voamos juntos em bando desabotoando a noite para deixar a nu uma nova madrugada.
Um voo entre o pássaro e o menino no sonho que persiste pela vontade; juntos e de mãos dadas com os nossos pais ao redor das fontes que nunca se deixam amordaçar pelo verão e nos alentam generosas pela bênção de um beijo fresco de água clara.
E nunca importa o desenho que do nosso rosto a água no traz; nós sabemos que somos eternos como a liberdade, e como o vento de Lisboa que Junho pinta de lilás.

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