A Dama do Cinema ganhou o Oscar

Quando se apagam as luzes da sala e nos deixamos transportar para o mundo que as imagens na tela nos revelam, acontece a verdadeira magia do cinema: com os cinco sentidos despertos, entregando-nos todos, e sem um auto-bloqueio às emoções, conseguimos passar a porta que se nos abre aos sonhos.
E como é bom sonhar e entregarmo-nos aos sonhos. Quem não o souber fazer resigna-se à banalidade da vida.
Jamais saberemos onde começa e acaba a genialidade de um filme, se no realizador, nos actores, nos diálogos, no argumento, na banda sonora, no operador de câmara que captou um plano incrível…
Nesta onírica aventura todos são importantes e indispensáveis para o eficaz recrutamento dos sentidos.
Mas hoje, no rescaldo da entrega dos Oscares relativos a 2011, permitam-me que me centre na figura daquela que em minha opinião é a maior actriz de cinema do nosso tempo e de quem sou fã incondicional: Meryl Streep.
As suas invulgares capacidades miméticas permitem-lhe que seja fantástica na interpretação de personagens muito diversos, e as suas soberbas interpretações já catalisaram muitos filmes para os patamares da genialidade.
Agrada-me também a sua postura de anti-vedeta, e talvez seja dessa humildade e do seu empenho total, juntamente com a arte que carrega indiscutivelmente nos genes, que lhe nasça a excelência de ser a melhor de entre as melhores.
De 1978 (nomeação para melhor actriz secundária em O Caçador) até hoje, é a actriz com mais nomeações para os Oscares, precisamente 17 (14 para Melhor Actriz Principal e 3 para Melhor Actriz Secundária), tendo ganho um Oscar para Melhor Actriz Secundária em 1979 por Kramer contra Kramer, e dois Oscares para Melhor Actriz Principal, o primeiro em 1982 por A escolha de Sofia, e o segundo precisamente este ano pela sua interpretação em A Dama de Ferro.
Na madrugada de Lisboa, inicio da noite em Los Angeles, o Kodak Theatre levantou-se com ela na hora de receber o seu terceiro Oscar e dedicou-lhe um dos maiores aplausos da noite.
Eu também interrompi a madrugada de sono e vim aplaudir.
Que viva para sempre o cinema e que vivam para sempre os mestres, os artistas e os génios que nos fazem sonhar.

Comentários

  1. Acho que o óscar para ela é sempre bem merecido. O filme "The Iron Lady" já está na minha lista dos filmes a ver muito em breve. :)

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