Como poderíamos chamar nossos a outros dias que não estes que inventámos?
Existirá sempre uma pedra algures no caminho que sem
querer nos dará um assento informal para repousarmos e olharmos tranquilamente
o horizonte.
Depois de sentados, uma das azedas que acariciarmos prender-se-nos-à
às mãos trazendo o único e exclusivo toque amargo à tarde em que vamos ornando
as horas com as muitas palavras que formos inventando.
Palavras com sílabas garridas e um acentuado toque e
aroma de paixão.
Como poderíamos chamar nossos a outros dias que não
estes que inventámos?
A pedra...
Tinha um certo jeito de contrariedade quando a olhámos
pela primeira vez, mas serviu-nos para descansar e olharmos juntos o horizonte.
Daqui a pouco e quando já formos mais à frente
cumprindo a nossa rota, talvez olhemos para trás e lhe chamemos com saudade, a
pienha onde os nossos beijos brincaram com as azedas da berma do caminho.
E seguiremos os dois neste eterno abraço impermeável ao
medo.
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