Azerbeijão 2012

Um mega show na Arena de Dusseldorf para a Alemanha mostrar ao mundo que na Eurovisão, como na Europa em geral, é ela que marca o ritmo dos festivais.
A competição foi como sempre depois que a Jugoslávia e a União Soviética desapareceram do mapa: 43 países, 2 meias-finais a apurar cada uma 10 finalistas, e uma final com 25 países, 5 dos quais com assento sempre garantido por serem os maiores contribuintes da Eurovisão: Reino Unido, Espanha, Itália, França e claro, a Alemanha.
Quanto às canções, os mesmos agrupamentos de sempre:
Indutoras de auto-estima: “Eu posso” (Reino Unido), “Novo Amanhã” (Dinamarca), “Uma vida” (Malta), “Tão afortunado” (Moldávia), “Eu continuo vivo” (Eslováquia), “É a minha vida” (Lituânia), “Popular” (Suécia);
Prémio Nobel da Paz: “Nunca só” (Holanda); “O segredo é o amor” (Áustria);
Lamechas: “Sente a paixão” (Albânia), “Com amor, bebé” (Bélgica);
Movimentadas: “Vê a minha dança” (Grécia), “Ninguém me rouba a dança” (Espanha);
O meu filho de seis meses escreveu o poema: “Boom-Boom” (Arménia), “Ding dong” (Israel), “Haba Haba” (Noruega), “Da da dam” (Finlândia);
Metafísicas: “Anjo” (Ucrânia), “Anjo disfarçado “ (Letónia).
As pontuações foram como sempre previsíveis e alinhadas pelas vizinhanças: Portugal deu a pontuação máxima à Espanha, o Chipre à Grécia, a Dinamarca à Suécia, e por aí fora.
Houve coreografias e guarda-roupas para todos os gostos, mas o prémio maior vai sem dúvida para a Irlanda que apresentou uns gémeos saltitões e robotizados de cabelo louro em pé, que pareciam ter acabado de chegar de uma sessão de choques eléctricos.
Se isto é resultado da crise e do FMI, para o ano estamos feitos.
Portugal fez-se representar pelos Homens da Luta, uma espécie de Village People em versão Intersindical que não passou da sua meia-final, como aliás não é de espantar.
“A luta é alegria” já não convence ninguém nestes tempos em que a foice foi-se de vez e o martelo só serve para a construção das novas formas de ser ou estar.
Provou-o o Azerbeijão, que deu a martelada final no comunismo, reinventou uma parelha ao estilo da Olívia Newton John e do John Travolta e a cantar “Correr com o medo”, correu com a concorrência e leva o festival em 2012 até bem a oriente.
Haja petróleo para a festa ser de arromba.

Comentários

  1. Oh Manuela, veja bem os sacrifícios que o nosso amigo passa para nos pôr a par das notícias nacionais relevantes. E qual é a paga? Tirando a Manuela, eu e o anónimo Paulo (ou será que PE significa Parlamento Europeu?), os restantes "associados" ficam agarrados à TV a ver as telenovelas. Assim, custa.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

O MUNDO MAIS BONITO E CONFORTÁVEL NUM TEMPO A CHEIRAR A FLORES

“Quando mal, nunca pior” ou a inexplicável rendição à mediocridade

TESTAMENTO DE UM ANO COMUM