Ute Lemper

No serão da passada terça-feira tive o privilégio de assistir ao espectáculo de Ute Lemper, no Teatro Camões, em Lisboa.
Nascida em Munique mas Berlinense de alma, Ute Lemper esteve duas horas em diálogo com um piano e um acordeão, para nos contar em belíssimas canções, a história da velha Europa durante o século XX, fazendo com que dos Cabarets da velha Berlim, partíssemos para uma viagem pelos lugares, pelos tempos e pelos protagonistas dessa mesma história.
Piaf, Brell, Kurt Weill, Brecht foram apenas alguns dos companheiros inesquecíveis desta viagem, ou não fossem eles interpretes ou autores de histórias em forma de canção, que se nos impuseram pela inspiração e pela verdade, sendo hoje retalhos da nossa própria história.
Ute Lemper não tem hoje por certo, a jovialidade com que arrebatou prémios em musicais pela Broadway ou pelo West End, mas se o tempo lhe roubou essa jovialidade, compensou-a com a autenticidade e a alma, que transformam as suas interpretações em obras de arte, expressando, pela voz, pelos gestos, pelas palavras e até pelos silêncios, os segredos e a essência da própria alma.
Há espectáculos que a memória nunca deixará apagar e eu estou seguro que este para mim foi um deles, ou não fosse para sempre tudo aquilo que nos mexe com a alma?!

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