Nuclear? Não, obrigado.

Nos anos setenta e oitenta do século passado, quando os países sucumbiam à tentação da “energia fácil”, associando-a a poder e desenvolvimento, nós os jovens, poetas e ecologistas, fizemos deste o nosso lema, antecipando que a aposta no nuclear comportaria um sério risco para o equilíbrio do planeta.
Anos mais tarde, o acidente em Chernobyl veio dar-nos razão.
E agora, Fukushima.
Na sequência do violento sismo de há dias atrás, as explosões nos reactores desta central nuclear Japonesa fazem temer o pior, sendo difícil de prever o impacto que os níveis elevados de radioactividade terão sobre tudo o que é vivo, num território gigantesco ao redor desta cidade.
Alguns políticos europeus falam já de uma situação apocalíptica, tal o horror que se antecipa.
Fico muito triste pelo facto da minha geração não ter impedido que Fukushima complete com Hiroshima e Nagasaki, um triângulo de horror no país do sol nascente, o país que em Kyoto tentou um dia que o mundo estabelecesse as regras para manter o seu próprio equilíbrio.
Mas regras e equilíbrio, são coisas raras nos dias que correm, porque o que mais importa é o poder, sem regras e sem pudor.
Resta-nos a esperança de que o mundo e os seus comandantes aprendam a lição e ganhem coragem para de vez dizer ao nuclear, sayonara!

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