Os dias do Homem

Não compreendo e não aceito que se comemore o Dia Internacional da Mulher, e tudo pelo respeito que tenho pelas mulheres, que é exactamente o mesmo que tenho pelos homens.
De forma instintiva e natural, assumo no que penso e no que faço, convictamente, este respeito pela pessoa humana, com independência do género em causa.
Compreendo o facto de no passado ter sido necessário alertar para a exploração da mulher e para a incompreensível submissão desta ao poder vigente e que era invariavelmente o “poder dos machos”, mas hoje em dia, a igualdade é parte integrante desta marca de liberdade que queremos dar ao Século XXI e como tal, atribua-se ao Homem, seja ele homem ou mulher, a totalidade dos dias.
O homem e a mulher deverão ser sempre avaliados pelos mesmos parâmetros e as oportunidades que se lhes ofereçam devem ser coincidentes. Não aceitarei jamais a ideias de quotas mínimas obrigatórias para mulheres pois quaisquer lugares ao nível político, empresarial ou outro, devem estar destinados a quem tenha mais competência para os ocupar, com independência do género a que pertença.
E os políticos, em vez de votarem leis com quotas, empenhem-se em garantir o cumprimento desta igualdade que está expressa na Constituição da Nação Portuguesa.
Pelo que escrevo, espanta-me ver o comportamento das mulheres neste dia que assumem ser reservado para si. Por exemplo, quando entro num restaurante e as vejo aos magotes a comer e a beber e a praguejar contra os homens, não compreendo como se contentam assim tanto com 1/366 dos dias do ano, quase uma espécie de comemoração efusiva do campeonato da terceira divisão quando se deveriam empenhar em lutar pela Liga dos Campeões.
Minhas queridas amigas, juntem-se mais vezes, todos os dias se puderem, saiam com os vossos maridos, filhos ou quem quiserem e não se limitem a reservar apenas um dia para fazer festa. Isso é demasiado pouco.
E já agora, isso é ridículo para o grande, o enorme que vocês são.
Termino sem vos enviar um beijo especial, sem vos oferecer uma flor ou até um bombom como vi hoje fazer no café que habitualmente frequento.
Deixo todas essas coisas para vos dar ao longo do ano, sem dia próprio, sempre que vocês forem aquilo que são tantas e tantas vezes em todos dias: maravilhosas.

Comentários

  1. Concordo com o que dizes, no entanto há muitos países onde a mulher ainda é tratada como um ser inferior, e muita coisa há ainda a fazer para que seja diferente.
    Deixo uma nota de rodapé com uma pergunta. As mulheres que comemoram hoje o seu dia sabem a origem desta comemoração? Se estiverem interessadas aqui fica aqui o link para a wikipédia

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher

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  2. Concordo inteiramente com o comentário do Paulo, mas percebo o que afirmas, Joaquim! Sou mulher mas também me irritam esses almocinhos só nesse dia, possivelmente sem realmente perceberem a origem e importância desse dia. Para mim, continua a fazer sentido, mas desde que seja para alertar as situações em que as mulheres são verdadeiramente vítimas e pessoas sem direitos.

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