O período regenerador de entre Natal e Ano Novo


Vão frescos mas de sol, os dias de entre Natal e Ano Novo, aqui pelo Alentejo.
A casa ainda está repleta de filhós, azevias, nógados e outros doces, e não é que tudo nos sabe ainda melhor neste período após o Natal?
Sem humidade, as filhós mantêm-se estaladiças e estão como novas, e valha-me então a Metformina para evitar que os meus açúcares trepem a níveis vergonhosos num profissional de saúde.
Com o estômago assim confortado, por vezes até de forma excessiva, também a alma descansa e se prepara para mais um ano de Troika, assim ao jeito de estágio de pré-época das equipas de futebol.
Muito descanso, muita leitura, muita escrita, muita conversa, muitos passeios a pé, muito pouco automóvel, muito pouca gravata e mocassins, e sobretudo, muita descontracção.
Ontem até tive tempo para ir ao mercado e feira semanal.
Há muito que não ia e fiquei surpreendido pelas inovações.
A primeira foi ter descoberto que as tendas de venda de roupa já têm gabinetes de prova e foi ver as cabeças dos clientes a sobressaírem de uns paralelepípedos de pano com estrutura de ferro, enquanto os corpos confirmavam a adequação ou não dos modelos e tamanhos das jeans.
Depois, três soutiens por cinco Euros…
Jamais supus que os serviços de sustentação das mamas prestados pelo pano e pela entretela, estivessem assim tão mal pagos.
Será culpa da moda do silicone e dos seus efeitos de firmeza dos ditos?
Suspeito que sim e que o cirurgião plástico tenha morto a Menina Amélia que acertava as caixas dos soutiens.
Por estes dias, os cafés com amigos têm sido tomados, sentados à mesa, e acompanhados por conversas de algumas horas, que o relógio por estes dias não se nos impõe.
Dispensado o açúcar, que já o há em quantidade suficiente nos fritos da temporada, temperamos a bebida com gargalhadas e com dissertações sobre os mais variados assuntos, e para descontrair nada melhor que temas mundanos, mas relevantes, como por exemplo uma discussão sobre os comportamentos anómalos derivados do deficit afectivo-sexual de que são vítimas algumas espécies nossas conhecidas e que estão na longa lista para a elevação a “cromos”.
Talvez porque lhes facultei as coordenadas GPS, o que é um facto é que os amigos de mais longe têm aparecido por aqui e em passeios muito agradáveis me têm possibilitado o assumir do papel de um amador José Hermano Saraiva na descoberta dos melhores e mais interessantes recantos da minha terra.
E sempre sem pressas e a sugar de cada minuto tudo aquilo que ele de melhor nos pode dar.
2013 será um ano difícil?
Presumo que sim, mas candeia que vai à frente…

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