Um pedaço de paraíso no Pomar das Laranjeiras


Um dia, há já muitos anos, o meu pai foi arrumador e depois projeccionista no Cineteatro Florbela Espanca.
A máquina com que então trabalhava está agora, e muito bem, exposta como peça de museu num dos espaços nobres do edifício, e tudo o mais está diferente, daquele tempo em que uma das duas pequenas janelas que ladeavam uma abertura maior por onde saiam as imagens a projectar, me ofereceu a oportunidade e o privilégio de um pequeno Cinema Paraíso.
No entanto, nesses anos da infância e juventude, jamais conseguiria supor que um especialíssimo pedaço de paraíso me estaria reservado para esse mesmo Cineteatro, algures numa tarde fria de Outono.
Aconteceu ontem, dia 2 de Dezembro de 2012, na apresentação da versão livro do “Pomar das Laranjeiras”.
Veio a família, os meus pais, o meu irmão, a minha cunhada, os meus sobrinhos, os meus tios e os meus primos, os meus grandes cúmplices na vida e todos aqueles a quem devo a maior fatia do que sou.
Vieram os meus vizinhos de sempre, amigos tornados família nos anos bons em que cruzámos as nossas vidas na minha querida Rua de Três.
Não faltaram os colegas da Primária, do Ciclo Preparatório e da Escola Secundária. Vieram eles, e também alguns dos professores nossos cúmplices nesses anos bons em que vivemos o doce de ser Filhos da Madrugada.
Vieram muitos amigos. De longe ou de perto, de há muito ou poucos anos? Pouco importa, se os amigos quando o são de verdade, são intemporais e matam as distâncias físicas.
Senti um orgulho gigante pelo privilégio de me sentar ao lado do Padre António Simões e da Manuela Barreiros, amigos eternos e meus grandes cúmplices na fé e na vida.
A São Duarte Aires, o João Alves da Silva, a Zinha Duarte e o Manuel Almas, leram na perfeição os trechos do Pomar. Com alma, porque eles sabem do que falam. Sem eles não haveria Pomar.
Os pintores Ana Cravo e José Barreiros, e o estilista Paulo Runa, trouxeram a sua arte criando o cenário perfeito para a festa. Com muita arte e muita amizade.
Os Chefes de Cozinha Rui Pereira e Mário Seabra Henriques temperaram de afectos os acepipes de um lanche inolvidável. Rui, o Pomar na versão bolo foi um dos melhores presentes que alguma vez recebi na vida.
O meu querido amigo António Rosendo registou em fotos e filme, tudo aquilo que o meu coração jamais poderá esquecer.
O meu fantástico sobrinho João foi o maior cúmplice nas surpresas que reservei para o momento. E é um privilégio ver nele e no meu Luís, os herdeiros, mais do que da vida, da fé e da alma. 
Sem a ajuda da Câmara Municipal de Vila Viçosa, a quem agradeço na pessoa do Senhor Presidente, Eng. Caldeirinha Roma, que muito me honrou com a sua presença e com as suas palavras, jamais este momento poderia ter sido assim tão perfeito.
E muito grato estou também à Dra. Margarida Borrega, do Gabinete de Cultura da Câmara, assim como à operacional e minha querida amiga de há muitos anos, a Paula Paulino. Sr. Perdigão, também lhe agradeço muito, o som esteve perfeito.
E todos vieram para me encher a tarde de afectos, nesta terra que é o meu orgulho, e é a minha casa pela força destes mesmos afectos.
Abraço-vos a todos no maior obrigado que o meu coração consegue exprimir.
Até logo, sempre, e para sempre, sem data ou hora marcada, mas sempre aqui no Pomar das Laranjeiras.

Comentários

  1. Carlos Alberto Carvalho5 de dezembro de 2012 às 01:53

    Apesar do pouco contacto ao longo destes anos, foi com um enorme prazer que recebi o teu convite para o lançamento do "Pomar". Li o teu livro com sofreguidão, sempre à espera de que na página seguinte pudesse encontrar mais algumas memórias que me fizessem regressar para tempos de saudade. E é certo que as encontrei, por isso o meu obrigado. O teu conceito de amizade e de amor pela tua terra é notável. Passo a partir de hoje a ser um leitor atento do teu blog e se a vergonha não me atraiçoar, talvez até interventivo.
    Com um abraço de amizade e ao mesmo tempo de obrigado por me teres dado a conhecer o Francisco Caeiro.
    Carlos Alberto Carvalho

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