O enterro da classe média no panteão do liberalismo


A partir de Janeiro de 2013, o meu recibo de ordenado traduzirá uma repartição equitativa entre a verba destinada ao Estado e a verba que ficará disponível para eu gerir.
Se pensarmos que dessa quantia que terei disponível, obrigatoriamente irei pagar os impostos sobre o consumo, as portagens, as taxas moderadoras, o imposto sobre imóveis, a taxa de radiodifusão, a taxa de esgotos… poderemos facilmente concluir que trabalharei para que o Estado viva, restando-me, na melhor das hipóteses, a oportunidade de sobreviver.
E nesta supremacia do estado sobre o cidadão, é fácil observar a morte do liberalismo.
Passos coelho anunciou ontem a nacionalização das nossas vidas, o regresso ao comunismo, o Gonçalvismo revisitado 37 anos depois do verão quente.
E tudo para salvar o emprego?
Mentira. Salvar-se-ia o emprego se os nossos empregadores fossem empreendedores e carregassem um espírito altruísta, coisa que não são, empenhados, isso sim, na construção dos seus impérios individuais.
O desemprego aumenta e vai continuar a aumentar porque com a morte da classe média e a consequente redução do consumo, morrerão também uma quantidade imensa de pequenas e médias empresas que são elas sim, a base do nosso tecido empresarial.
Diga-se a verdade, e assuma-se que tudo isto se destina a sustentar o baronato de políticos e empresários, cúmplices nas orgias económicas patrocinadas pelos seus próprios interesses e operadas no bafond das Lojas Maçónicas, corja de gente sempre empenhada na conquista do poder do dinheiro e jamais interessada no bem-estar dos cidadãos.
É tempo de dizer que já basta e correr com toda esta gente que gravita ao redor do poder.
Urge um tempo novo e com gente nova, gente de mãos limpas.

Comentários

  1. Os políticos e as fraldas devem ser mudados
    frequentemente e pela mesma razão.
    Basta !!
    Até quando ?
    RUI PEREIRA

    ResponderEliminar
  2. Tens o dom da escrita mas hoje juntaste-lhe muita emoção. Uma emoção partilhada por um povo cansado de tanta subserviencia e obscurantismo.
    É tempo de lutar e viver!

    ResponderEliminar
  3. Compreendo e apoio a tua revolta, mas infelizmente tenho que te dizer que não vale a pena escrever a pedir que corramos com esta gente, porque somos refens dos partidos politicos e consequentemente dos seu barões que tudo controlam (Estado,Fundações, Institutos). A Constituição, sendo a lei fundamental da Nação é feita por eles, portanto não vai mudar.
    Vivam os Loureiros(valentins, Dias etc), os Isaltinos,as Felgueiras, os Varas e outros que tais para que o regafobe continue.
    Esperemos, que não apereça um doido por aí...
    A historia diz-nos que não somos um povo de tão brandos costumes como isso, cuidado.
    Excelente artigo, gostei.
    Carlos Delgado

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

O MUNDO MAIS BONITO E CONFORTÁVEL NUM TEMPO A CHEIRAR A FLORES

“Quando mal, nunca pior” ou a inexplicável rendição à mediocridade

TESTAMENTO DE UM ANO COMUM