Os patrocínios


Uma amiga que comercializa em Portugal várias marcas da área do grande consumo, foi recentemente abordada pela responsável de um blog, para que lhe oferecesse um conjunto de produtos em estilo presente de aniversário, que ela se encarregaria ao longo do ano, de publicitar os referidos produtos e sugerir a sua compra.
Partilhou comigo esta história, sugerindo-me em jeito de brincadeira, que eu apresentasse o POMAR à Ferrari, porque poderia “cair” qualquer coisa no sapatinho.
A Pepa Xavier e a sua famosíssima carteira Channel que desejou para 2013 numa campanha de marketing viral da Samsung, juntamente com mais tempo para estar com o “namoraaado”, deve estar a ser muito bem paga pela marca de luxo que possivelmente até já lhe ofereceu a dita carteira preta, uma daquelas que segundo ela, “dão com tudo”.
Quase ao mesmo tempo, uma colega lembrou-se de me abordar questionando-me se as pessoas de quem eu falo e elogio neste blog, são assim tão fantásticas como eu digo que são, pergunta que confesso, me deixou assim a meio entre o irritado e o triste.
Juntei então estas duas histórias que têm raízes numa realidade muito presente e assumida nas nossas vidas: nem sempre vemos o que é.
De facto, o que nos é dado ver, é na grande maioria das vezes uma visão destorcida e muito bem patrocinada da própria verdade, que dá assim origem a uma outra, de natureza virtual mas pública, alimentada pelos reconhecidos fazedores de opinião.
Assumido este jogo em que todos participamos ao consumir Telejornais, Telenovelas, Programas de Comentários, Blogues, etc., torna-se legítimo que questionemos tudo e todos, porque atrás do “manto diáfano da fantasia”, na maior parte dos casos há mesmo muita “porcaria”.
É que nem o manto feito das palavras de um Primeiro-Ministro consegue esconder o BPN que está tatuado no curriculum de alguns Secretários de Estado.
Porque é claro que neste jogo de ilusões, a palavra, vale zero, apesar de ter o custo de muitos milhões.
Mas voltando aos meus patrocínios, desiluda-se quem pense que eu tenho a conta bancária repleta de dinheiro vindo do Turismo do Alentejo, da Câmara de Lisboa, ou das contas privadas dos meus amigos, para já não falar de outras pessoas, regiões, cidades, artistas e instituições que eu tenho elogiado neste POMAR DAS LARANJEIRAS.
O único conflito de interesse que terei de assumir relativamente à família e amigos de quem aqui tenho falado, é o amor e a amizade que me têm dedicado ao longo destes quarenta e seis anos de vida.
De resto, e sem segredos, o que faço aqui é simplesmente olhar para aquilo que mais valorizo e que é sempre o lado positivo das pessoas e da própria vida, não colocando jamais travão à expressão de sentimentos como o amor e amizade, aqueles que nós tantas vezes, por pudor, guardamos só para nós.
Faço-o também, mas não digam a ninguém porque isso sim é segredo, porque em tudo o que nos une e nas diferenças que me marcam, adoro a vida que tenho e não resistiria nunca a deixar de partilhá-la convosco. Se não o fizesse estaria a tirar-lhe sentido.
Portanto e para terminar, espero por vós aqui, sempre, para festejarmos a vida, apenas e só com o patrocínio da mais pura amizade.

Comentários

  1. Meu querido amigo, patrocínios leva-os o vento, quando a amizade é o segredo do sucesso. A melhor publicidade deste blog, é a transmissão oral dos amigos que o frequentam e a sinceridade, a humildade e a capacidade extrema de quem o escreve. Muito obrigado pela sua escrita, pelo gosto que nos traz e pela harmonia que propaga. Um grande abraço.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

O MUNDO MAIS BONITO E CONFORTÁVEL NUM TEMPO A CHEIRAR A FLORES

“Quando mal, nunca pior” ou a inexplicável rendição à mediocridade

TESTAMENTO DE UM ANO COMUM