Revolução, precisa-se!


É ainda com os Euros que levantei no multibanco em Lisboa, que em Viena consigo pagar a minha fatia de Sachertorte e o chá que elejo para a acompanhar.
A união monetária persiste sobre os restos mortais da união económica da velha Europa.
Já o sabia mas confirmo-o nas notícias que me chegam de Lisboa em mais uma pornográfica exibição pública de sadismo do Marquês Gaspar no Peep Show de luxo das suas conferências de imprensa.
E não há nenhum, de entre os milhares de assessores, que diga à criatura que quando se saca às pessoas mais de metade do ordenado e se secam as reformas dos pobres, não se conseguindo nunca cumprir os objectivos, neste caso de comprovada disfunção na localização dos testículos que é impeditiva de demissão, o mínimo que se exige é humildade e não arrogância?
Recebo as chicoteadas dos números e deficits e com nitidez, acodem-me à memória as palavras da minha amiga Evdoxia Marinakou, grega de nascimento e por paixão, que quando um dia partilhei com ela os "mandamentos" da Troika, me respondeu:
- O vosso caso é de facto diferente do Grego e a diferença é apenas e só de um ano.
Passou um ano sobre estas palavras que eu ainda cheguei a acreditar não fossem proféticas, e aqui estamos.
A incompetência colocou-nos nas mãos dos credores e a incompetência trouxe-nos até aqui porque não fomos capazes de em circunstancia alguma, pegar no memorando e negociar com arte e tendo em vista o desenvolvimento da economia, e de passagem o bem-estar dos cidadãos.
Na vida aprendi que os inteligentes negoceiam tendo em vista a concretização dos seus objectivos, e os "burros", obedecem cegamente.
A “prescrição” dos credores, o memorando feito pelos consultores das instâncias internacionais, teóricos profissionais que nunca geriram nada nem ninguém, continha erros crassos que “nós” por inépcia não soubemos identificar.
E o "doente" pagou cara a medicação mas está pior, definha, enquanto os medíocres prescritores insistem na mesma receita.
O desfecho parece inevitável...
Infelizmente, só se pode surpreender quem nunca olhou para quem nos governa, para a sua preparação e para o seu curriculum.
Cumpre-se apenas mais uma etapa do ciclo da mediocridade em que há anos estamos envolvidos.
Pela incompetência estamos nestes cuidados paliativos à espera da morte certa, pagando cara a estadia no “hotel da morte”, abandonados por todos e também por um Presidente, pai da geração BPN, mumificada e seráfica criatura que dejecta todos os dias sobre a constituição que jurou, demitindo-se de defender o povo, apenas mandando recados através dessa linguagem encriptada dos prefácios.
E o que vem aí?
15 anos de atraso?
A morte de uma geração?
Demitir mais milhares de professores, médicos e enfermeiros… (sempre os mesmos), deixando na função pública os técnicos superiores do carimbo, a carne da burocracia, que se sentam nas cadeiras douradas patrocinadas pelas suas filiações partidárias?
O estado social a pagar com a vida as facturas da preservação do estado político?
Mais desemprego?
Maior facilidade nos despedimentos?
Alguém acredita que o desemprego reaviva a economia?
Meus amigos, os números falam por si e salientam que se a demissão do governo perspectiva uma crise política, a sua manutenção é garantia de uma crise política, económica e social.
E sem fim à vista.
Mas não basta a rotatividade neste ciclo da mediocridade. Na sala de espera para a tomada de posse já estão os “penicos” diferentes na cor mas iguais no conteúdo.
Há que cortar pela raiz, há que refundar, mais do que o Estado, a política, reformando estes imbecis políticos-proveta nascidos nas incubadoras das juventudes partidárias e a corja de corruptos de púlpito ou de gabinete que os sustentam.
Porque o país assim morre... às mãos da incompetência.
E não há que ter medo porque o que a hora exige é revolução.
Para honrar a história e para garantir o futuro.

Comentários

  1. Errar é humano. Mas erros a mais, nao! basta!
    A política serve a um momento no presente, mas uma equação é eterna.
    Esta na hora de sair !
    RUI PEREIRA

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  2. Excelente descrição do apodrecimento da Nação. Nenhuma crise política na óptica da "realpolitik" vigente, mudará seja o que for..... fazer o quê?

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