Guardando o tempo em vinil…


Fui guardando o tempo em vinil na memória de mil e muitas canções.
As palavras recortadas da alma dos poetas e soletradas depois na voz de Brel, Aznavour, Serrat... e Amália.
E quantos olhares teus, e beijos, tenho comigo em baús de lembranças enrolados nessas letras de canções que a rádio tocou de uma forma tão intimamente secreta que até acreditámos que o fazia só para nós.
Quando Mercury era o grito e a nossa liberdade, "I want to break free", com toda a legitimidade e fé, porque Jesus, "Mrs. Robinson", ama-nos muito mais do que alguma vez saberemos.
E as gaivotas que trazem o céu de Lisboa fazem os problemas parecer tão distantes, "yesterday"...
"I can’t get no satisfaction"... sim, mas nem sempre.
Há tantos outros dias em que a imaginação se acende enquanto o tempo rola ao mesmo ritmo certo das pedras por uma encosta tingida de musgo e rosmaninho.

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