Não há dia do qual eu não colha morangos...



Não há dia do qual eu não colha morangos; doces, pequenos e rubros, cravejados por ali entre os instantes, tal qual as rosas que os beijos descobrem sempre entre os muros e a saudade.
Eu não tenho dúvidas de que o tempo é sempre fértil quando o ousamos semear; as mãos na dor rasgando veredas de terra e água, despenteando o deserto.
Porque os heróis nunca se sentam.
O ribeiro soluça abraçado à hortelã e soletrando poemas ao rouxinol que os canta depois acima no choupal para que o vento os leve, não passando por nós em vão.
E o sol conhece-nos de o esperarmos para o beijar incessantemente nas madrugadas todas tomando-lhe a força e a fé.
Não há dia do qual eu não colha morangos...
E não há minuto que eu deixe sem o toque de magia dos meus lápis de cor, desde o céu até ao rodapé.
  

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