Com a cumplicidade do açor


O mar de um intenso tom de azul persegue-nos abençoando o olhar e impondo-se ao verde das montanhas que escondem vulcões e lagoas, e às alvas e muito simples casas debruadas a basalto.
A voz do povo enobrece o Português, embalando as palavras ao ritmo do vento e das ondas, fiéis e constantes companheiros destes dias perfeitos vividos na ilha.
Nos olhares há paz, nas mãos a nobreza do trabalho, brasão da bravura de quem se apodera do destino e jamais se verga à dureza da terra ou do mar...
E da alma, essa imensa e infinita alma, transborda a fé que canta preces a Santo Cristo e lhe pede a força e a bênção dos milagres que fazem nascer novo futuro.
Hoje, na solarenga manhã de São Miguel, há uma mulher que chora num adeus ao seu amado, e a ele, só eu lhe vejo as lágrimas quando mais tarde partilhamos o momento de apanhar o voo com destino a Lisboa.
Luís Vaz de Camões.
Tem nome de poeta o avião que arranca este homem à quietude e à paz da sua ilha, neste bravo cumprir de um lusíada destino que nunca virará costas, por uma só vez que seja, à fé e à luta por um “milagre” que é afinal o destino bom, mais do que certo, de quem nasceu para ser herói.

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