Fraquezas musculares e outras da gente da pobre terra da má sina

Se existe algo de que nunca nos podem acusar é de falta de coerência, e a prestação da Selecção Nacional de Futebol no Campeonato do Mundo do Brasil, é afinal, apenas e só, um detalhe do país que já não põe bandeiras à janela, até porque muitas dessas janelas pertencem a casas entretanto entregues aos bancos por falta de liquidez dos proprietários que assim não conseguem pagar as suas prestações.
Na minha urbanização, a Remax e os seus colaboradores em pose de candidatos à Junta de Freguesia, ganham por goleada ao espírito nacionalista da bandeirinha que foi criado há uns anos pelo Brasileiro Scolari.
Assim, neste país de Estádios vazios e plantados no terrível silêncio de muitas dívidas, emerge sempre um problema de falta de músculo nas lideranças, e os jogadores a saírem do campo em maca têm claras semelhanças com as “saídas de comícios” de Seguro e Costa em KO’s conseguidos em dias alternados com base em “pontapés” dados mais ou menos à socapa. Nem precisam dos adversários para se magoarem, uma “corridinha” para a liderança e aí está alguém a cair para o lado.
Há também algo de Cavaco em Paulo Bento, na pose de zangado com o mundo, nas suas formas muito peculiares de falar de onde nunca se capta muito bem o que dizem, e sobretudo ao nível das suas escolhas polémicas. Seleccionar para um Campeonato do Mundo um Postiga com uma hérnia discal é como escolher Pedro Passos Coelho para Primeiro-Ministro. Sair do Mundial sem glória é quase como desmaiar num púlpito por entre assobios e gritos da populaça.
Escolher a Maria para Primeira-Dama e o Miguel Veloso para o Centro do Terreno também é algo muito parecido, pois entre o tom da tinta no cabelo e a falta de jeito, os destinos parecem coincidir inteiramente no desacerto e desadequação.
Um passe do Miguel Veloso e um prato de carapaus alimados preparados na marquise do Possolo… são quase a mesma coisa.
Depois, temos de olhar para o nível de outros intérpretes.
O João Pereira está para a lateral direita da defesa como o Paulo Portas para Vice Primeiro-Ministro: muita “sarrafada”, muitas penalidades… mas defender só a espaços; e quando nos damos conta já fomos goleados pela Alemanha.
O Éder é como o Secretário de Estado da Cultura, ninguém sabe quem o inventou e não há nenhum remate que acerte no alvo.
O próprio luso-brasileiro Pepe encarna em si muito de PSD, com as suas cabeçadas e pontapés nos diferentes adversários a serem muito parecidas com as sovas no Tribunal Constitucional.
Já o Raul Meireles e aquela profusão de tatuagens, mais parece um bordado de croché inventado pela Joana Vasconcelos sobre uma estátua do António Variações.
Embarcar num cacilheiro e ir embora não lhe faria mesmo nada mal.
O Rui Patrício também tem algo de Isabel Jonet e não se nega a distribuir uns franguinhos para alimentar a malta.
Até o Sócrates faz da RTP o seu “estágio” no Irão, e paira sobre o país ao estilo de Carlos Queirós, sempre a mandar palpites sobre um desacerto que ele próprio conhece por dentro.
Sempre nos podem dizer que temos o Cristiano Ronaldo que é indiscutivelmente, e eu concordo, o melhor jogador de futebol do mundo…
Sim. Mas nós também somos o melhor povo do mundo e estamos onde estamos, quase sempre condenados a fazer contas com o FMI ao jeito das operações matemáticas difíceis que envolvem os nossos grupos de apuramento.
Será sina? A inevitabilidade de um terrível e inevitável fado?
Talvez mais falta de jeito e ambição.
Eu vou continuar a torcer pelo país e pela selecção, com “Gana”. Mas não me parece que chegue a algum lado.

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