E a ilha…


Por te querer assim guardo em mim cidades, muito mais de sete, e colou-se-me ao rosto, em tom de mistério, um azul tom de céu em rima com o verde que reveste o basalto, o chão da eterna Atlântida.
Romeiro em preces pelos trilhos de onde nunca se perde o cúmplice voo das gaivotas, bate em mim, por ti, um coração de fogo em perpétua paixão; e o meu sangue é lava que se estende até já não haver horizonte, que não há outro que não seja o mar, que tomou de ti a cor… do teu ser, do teu olhar.
Romeiro aqui, nos impérios todos de além pranto; que as tristezas deixei-as quando o alento tomei de ti na margem de uma lagoa quente, onde o borbulhar constante nunca poupa nas palavras para nos contar as lendas de eternos heróis.
Romeiro em fé nos milagres de Cristo, “Ecce Uomo”, Rei sem trono coroado de espinhos no Pretório de Pilatos numa tarde de Páscoa em Jerusalém.
E sinto o teu abraço, os teus beijos; quando pelas lembranças caminhas assim comigo, Romeiro de passos entregues aos dias; e os pensamentos se enfeitam de hortênsias azuis.
E sinto a festa e o canto que me ofereces quando estendes a mão e me prendes ao melhor que tem a vida.
E a ilha…
Sou eu aqui feliz rodeado de tanta história triste do que fui antes de ti; eu abraçado a um sonho que tendo a minha idade, nasceu apenas naquela tarde escura do nosso primeiro abraço.
Porque às vezes se nasce num simples abraço.
   

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