O nosso Cante



Colou-se-nos à voz a dolência de oiro das espigas
E do chão de barro que bendiz os nossos passos
Colhemos cantigas
A poesia que entrelaçamos com a voz num eterno abraço

Do tom rubro das papoilas
De sangue vivo se nos faz a coragem que esmaga o pranto
O sol intenso do meio-dia
As aleluias que ecoam livres pelos campos...

E o suor é mote deste nosso canto 

Com a teimosia dos sobreiros
O alento do pão
A alegria do tinto
O tom da sinfonia que nasce da água que corre nos ribeiros...

Somos a festa dos amigos que flutua entre a alvura da cal das ruas
Às vezes com tanto de saudade

O nosso canto
O Alentejo colado à minha voz...
À tua
O hino da terra e da gente a cruzar a eternidade


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