Roma e um serão


Há um homem velho sentado que vende castanhas
E uma gorda de ancas tamanhas...
Que para disfarçar a sua idade
De tão loura que está ofusca o sol sem dó nem piedade

Um Japonês pragueja com o sinaleiro só porque ele o separou do guia
Está furioso...
A criatura distraiu-se na hora de atravessar a passadeira para fazer uma fotografia

Numa loja de roupa...
Um homem compra umas meias
E na montra do lado...
Um vestido de noiva faz sonhar duas raparigas feias

Passa uma executiva toda perfumada
Um casal dá um beijo
E dois homens não travam o desejo...
E caminham de mão dada

Indianos vendem xailes e bugigangas
Recipientes de onde saem bolas de sabão 
Um pobre apela à caridade
E passa um padre e uma freira que pelo esbracejar do cura está a levar um sermão

Já passa das dez da noite
Estou em Roma a passear
E penso em ti

Ai se estivesses aqui...

Dar-te-ia tantos beijos que os meus lábios não teriam sequer tempo para o que estão a fazer agora
Para se entreterem...
Resgatam da memória uma canção e estão a assobiar

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