“Estas palavras nascidas dos dias”

Há tardes que nos abraçam pela força do afecto que transparece do olhar dos amigos, são as tardes que valem a pena e que passam directamente para o sector “inesquecível” da memória dos momentos mais especiais.
Eu confesso-vos comovido que jamais poderei esquecer a tarde de ontem, dia 9 de Março de 2014, e o calor desse vosso tão grande abraço.
Há trinta anos, quando cheguei a Lisboa e descia o Chiado a sentir ao redor de mim os passos do Carlos da Maia e do João da Ega na descrição única de Eça em “Os Maias”, ou quando entrava na Bertrand para matar a saudade e o vício do aroma do “pó dos livros”; estava muito longe de sonhar que algures numa tarde de Março de um ano qualquer, eu iria estar por ali envolto na atenção e no carinho de centenas de amigos, todos ao redor das palavras simples que os dias me vão ditando.
“Estas palavras nascidas dos dias” é um despretensioso livro de afectos escrito por inspiração das coisas mais pequenas de todos os meus dias, quando os sonhos oferecem a convicção de que a fé é muito maior do que qualquer religião, que o amor é o sentimento maior de todos; e a liberdade é o condimento perfeito para um tempo vivido com o máximo do sabor de nós próprios.
Com fé, amor e liberdade… e quando os sonhos nos conduzem à esperança de que um pequeníssimo detalhe de um dia banal poderá tornar-se no “Minuto Zero” de uma história inesquecível ou do mais perfeito amor.
Na minha tarde maior, estas palavras simples ganharam uma dimensão fantástica na voz inconfundível do actor Victor de Sousa e no embalo perfeito dos andamentos de Bach “arrancados” ao violoncelo pela arte da Rita Ramos.
O Filipe Valentim traduziu os dias pelos traços e cores que me ofereceram pela amizade, a capa do livro; o fotógrafo Miguel Quesada captou-me o olhar ao sol de uma tarde de Outono; e a Ana Torres falou da amizade de uma forma fantástica e superior. O Dr. Ângelo Rodrigues e a equipa da Minerva foram companheiros fundamentais no percurso até à concretização deste sonho tecido a palavras.
E de todos vós… a amizade expressa por esses olhares que sempre me abraçam.

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