É poesia o que guardas entre os dedos

É poesia o que guardas entre os dedos
Sonetos
Rimas de estranhos versos sem palavras
O embrião de um perfeito gesto que se solta
Quando a tua mão
Louca de amor
Se entrega à minha

Atrás de nós
A montanha
Granito levado ao colo pela Terra
Que se eleva
Imponente
Num inédito beijo ao céu

É a hora do calor

Está acesa a brasa que desfoca o horizonte
No dia de um persistente verão
Que se estende muito para lá de Agosto
Quando as uvas já andam às costas dos Homens
E rebentam grenás
As romãs
Por entre a folhagem verde clara das árvores que as sustentam

É sexta-feira de um dia treze

E a tarde que dizem ser de azar
Canta connosco ao primeiro toque da tua mão
No triste vazio que carrego na minha

É então o céu que desce e afaga a Terra
Quando o coração sorri
Alegre
No doce imitar do grená das romãs

É a vida
O amor
E afinal o tão simples instante
Em que te dás
E
Em que soltas a poesia que guardas entre os dedos

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