Tu, a minha casa

Lisboa é pátria mãe de amores, e isso sente-se na frescura da brisa que prolonga o céu e nos abraça, na calçada que nos desenha a rota, e no Tejo cúmplice que ao fundo “pisca os olhos” azuis da sua água que vive em perpétuo namoro com o sol do fim da tarde.
Os nossos passos lentos e polvilhados de palavras, cedem por vezes o momento para um tímido abraço, irresistível e manifesta despudorada inveja da pele perante a paz que nasce da entrega que os nossos olhares fazem um ao outro.
E sinto então o teu calor que me conforta, que me oferece alento e faz com que eu sinta mais do que nunca que cheguei à minha casa.
No banco à sombra do jardim, alcova de segredos, muito mais do que alívio dos cansaços, soltam-se livres os desejos quando entrecruzamos histórias, vontades, e as nossas mãos se tocam para que eu comprove que é sempre seda, o que sinto por entre o namoro dos nossos dedos que se querem da mesma forma serena como o todo de nós se quer e se deseja.
E os teus olhos que brilham sempre mais do que o Tejo e rompem as sombras densas de todas as árvores, fazem-me voar por sobre este momento como um pássaro entregue à mais doce liberdade.
Vive-se bem melhor quando os dias nos oferecem um momento assim.
Não quero partir jamais e quero que os nossos beijos sejam eternos.
E se um dia nos faltar Lisboa…
Beberei o Tejo do teu olhar, colherei a brisa do detalhe de um abraço, e viverei feliz amando-te para além de qualquer tempo e de qualquer espaço.
Amando-te a ti, o meu amor sereno, a minha cidade... a minha casa. 

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