Frankfurt e um passeio pelo frio do fim da tarde

Uma cidade "conquista-se" a passos e por isso, e apesar do pouco tempo de que disponho, saio do hotel ao fim da tarde, a pé e em ritmo acelerado.

Vou em direcção ao centro de Frankfurt e à "sombra" de um Euro iluminado algures no epicentro da finança do velho continente vejo duas camas improvisadas que atribuo a dois sem-abrigo, vejo um cão que se alivia junto a um dos pilares da Ópera, vejo o cartaz que anuncia "Liquidacion" e um outro cartaz relativo ao próximo espectáculo: "Murder in the Cathedral".

E tudo parece profético... 

Sigo por entre a gente e com a brisa fria a bater-me na face. 

Vou acelerado.

Depois o centro, uma praça, uma selfie, os turistas que comem salsichas como se não houvesse amanhã...

E há uma montra que me desperta a atenção pelo exotismo dos objectos. Entro e compro um galo super original que irá directamente para uma colecção especial.

Não há muita gente na loja e o empregado mete conversa permitindo concluir que um Turco e um Português conversam em Inglês numa cidade Alemã.

Peço-lhe um embrulho bonito, ele pergunta-me para quem é, eu respondo, sorrimos os dois de forma objectivamente cúmplice e acabamos a falar de liberdade.

Depois devolvo o corpo ao frio da rua, ainda paro para um café e faço o caminho inverso passando pelos sem abrigo que já estão nas suas respectivas camas e escutam um rádio de pilhas sintonizado numa estação em Alemão.

Não tardo a chegar ao hotel.

As cidades "conquistam-se" a passos e são células de tudo o que a vida é.

Frankfurt, Europa, liberdade, Euro, miséria liquidação, os dejectos sobre a cultura e os crimes nestas "catedrais" que nos vão matando a todos.

All das zu machen bis in unsere tage; que é como que diz, de tudo isto se compõem os nossos dias.

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