Um cardápio demasiado pobre


No meu país a grande maioria das pessoas está objectivamente de costas voltadas para a política, e quem não está parece virar-se para o “Costa”, muito empenhado nas primeiras “Primárias” nacionais, num tempo em que este léxico até foi retirado às escolas que passaram a ser “Básicas”.
Mas primária ou básica, pouco importa, para a escola ou para o ideário deste “estrabismo socialista” que parece motivar mais pela atracção pelo poder do que propriamente por um projecto exequível e credível, o qual ainda estará a ser construído tendo em vista o calendário eleitoral.
Para quem pede eleições antecipadas há tanto tempo…
Do outro lado dão-se “Passos” para as eleições que supostamente todos deveríamos mandar “lixar” a bem da nação; e directamente do “Cadafalso”, o carrasco que há muito nos cortou a cabeça quer pôr-nos na boca um rebuçado adocicado por migalhas de IRS ou Salário Mínimo.
Meu amigo, só pode ser para que os nossos cadáveres fiquem mais doces e as formigas (as mesmas ou outras siamesas no carácter e na credibilidade) nos ataquem mais depressa nesse dia zero da nova legislatura em que continuaremos sepultados pelas “pazadas” de terra enviadas por Madame Lagarde a partir da “Torre do Descontrole” do FMI e do “Reichstag” de Herr Merkel.
E assim eu, contribuinte reputado e de boas contas, digo perante este menu:
- Não como nada disto.
Uma amiga militante de um partido confidenciava-me um outro dia entre ginjas que não era possível, eu teria forçosamente de seleccionar algo entre este “arco do poder”.
Se isto é um arco, eu diria que está como o da Rua de São Bento esteve durante anos desfeito em peças numeradas na placa central da Praça de Espanha (e até o nome da praça tem o seu simbolismo histórico e político).
E não, não tenho forçosamente de escolher, nem isto nem as terceiras vias bacocas, exibicionistas, bazófias, popularuchas e fúteis.
Num restaurante quando o menu não agrada, pedimos desculpa e saímos, não nos obrigando a ingerir iguarias de que não gostamos.
Aqui é igual e é esta a raiz da orfandade do eleitor nacional perante um “cardápio” tão pobre e repleto de um “dejá vu” demasiado caro para tão pouca qualidade.
Sebastianismo?
Não porque as espadas não ficaram sepultadas nas praias de Alcácer Quibir e estão desenferrujadas e prontas para a luta.
E desistir é coisa de fracos que Portugal não merece. 

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