Hoje sinto-me invencível… e já não vou precisar de me espreguiçar


Amo-te com a convicção de jamais deixar de te oferecer o primeiro pensamento no despertar de todos os dias.
Quando o sol irrompe timidamente pelas frestas da persiana entreaberta e o relógio acabou de tocar e de me arrancar do sono, espreguiço-me como que procurando-te por ali, como quem te quer abraçar… e penso em ti.
Depois o duche quente oferece-me alento, acaba o prolongado processo do despertar e cria uma acústica perfeita para eu cantar de John Grant:
I must have felt invincible in your arms
Like I could take the whole world on
It’s easier”, é sempre tudo tão mais fácil quando o mundo parece ser nosso num abraço.
Hoje sinto-me invencível… e penso em ti, quase jurando ver-te a sorrir do outro lado das gotículas de água quente que me beijam nesta manhã.
Da minha janela espreito o Atlântico por entre o gosto de um café e o pão do Alentejo, o gosto áureo do trigo nascido da terra de onde sou; eu, discípulo na reverência a um Deus maior por onde sempre consigo ver-te espreitar.
Depois, a estrada paralela ao mar…
Ser Português é caminhar paralelo ao mar, que mesmo estando mais além onde o campo luso se encosta a Espanha, duzentos quilómetros são um ínfimo passo na incalculável dimensão do universo.
A estrada, o eterno mar, a gente, o destino que mora em Lisboa… e ali tão próxima aquela pastelaria onde no outro dia tomámos um chá mas com saudades dos jesuítas que já não havia.
Sorrio…
E esta manhã onde o sol se faz meu cúmplice e cala o frio, é um retábulo de instantes desenhados no tom que me oferece o pensamento, que traz de ti, o nome, o olhar, os abraços… tudo.
Num destes dias caminharei de braço dado contigo num jardim onde as camélias de todas as cores rasgaram ruas só para nós. Talvez paremos para um beijo por entre as palavras de amor que a alma possa deixar transpirar.
Será tudo tão perfeito e tão igual a estas manhãs em que penso em ti…
Talvez só exista uma diferença que é uma enorme vantagem: já não vou precisar de me espreguiçar.

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