Julho


Irromperei por Julho levando comigo o canto à solta de uma paixão que partilha casa com a minha alma, as palavras mais irreverentes e doces, mil beijos guardados no desejo que nos buscará sempre nas tardes perfeitas junto ao rio, os instantes em que as asas das gaivotas se interpõem entre nós e o céu... e voam connosco na dança dos mais inquietos e ousados poetas.

Seguirei, cúmplice da noite, no chão desenhado pela lua cheia sobre o mar e as suas sombras; sabendo que qualquer noite é apenas o breve hiato de um abraço desenhado para sonhar contigo.

Seguirei pelo doce das ameixas maduras, o fresco tom rubro da melancia, o aroma de um verão sem reservas e tecido por dias longos que se espreguiçam nos areais quando o pôr-do-sol aviva o tom de sal da brisa que vem do mar.

Seguirei pelo chão da vontade de todos os meus passos, pela liberdade.

Caminharei pelas histórias que colherei dos livros nos recantos das palavras que adoçarei com o fresco tom de um chá gelado.

Irromperei por Julho...

Seguindo contigo no conforto do eco das flores que a primavera nos deixou tatuado entre os dedos devotos de carícias.

Seguirei pelos beijos e a amar-te tão infinitamente numa casa com jardim e ares de paraíso, uma casa perfeita e inacessível às palavras.




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