"Auf wiedersehen"


O Bayern de Munique já está no Porto e arrastou com ele uma multidão de Alemães. Comprovei isso no hotel ao pequeno-almoço e mais tarde pelo centro da cidade.

Meio-dia.

Paro para tomar um café na altura exacta em que o relógio e os sinos do "altar" barroco mais fantástico do país, a torre de Nicolau Nasoni, sinalizam a hora nos Clérigos, através das badaladas e o Ave de Fátima.

Os turistas Alemães param, puxam das câmaras e filmam o momento.

"Sobre os braços da azinheira..."

A música puxa pela memória e traz a letra.

Desconheço se os Alemães conhecem a história por detrás desta música e a existência há 98 anos de uma mensagem relativa a uma guerra por eles patrocinada e que rasgou trincheiras pela Europa fora.

Presumo que não façam a mínima ideia, embora desse imenso jeito que o fizessem para que tal pudesse ajudar a ganharem consciência de quão imbecil é a recorrente ambição de esmagar a liberdade dos outros, condenando-os por ataques mais ou menos bélicos às trincheiras num destino de fome e sede.

"Wie schön ist diese".

Mais bonito seria ainda se a Europa toda cantasse a liberdade desde o cimo de todas as suas torres.

Regresso à minha bica...

Na televisão passa um anúncio da Opel e a modelo Cláudia Schiffer conclui com um:

"Tinha de ser Alemão".

Acabo de beber, pago e saio.

Valha-me a Senhora de Fátima, estamos rodeados e por todos os lados.

"Auf wiedersehen".



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