MANUELA Um beijo a uma amiga que partiu na manhã de Páscoa


A Terra chama por mim por entre o verde da planície, os trigais que bailam ao vento na festa do beijo das papoilas e dos malmequeres; o sol pede-me o sorriso para cantar aleluia no brilho intenso do primeiro alvorecer de Páscoa…
E eu rendo-me à primavera e digo-lhes sim, partindo para a casa onde vivem os anjos e os poetas, a mansão dos que sonham a Terra e de onde o sol emana toda a sua claridade.
Não parto cansada.
Parto com a tranquilidade dos heróis e de quem não deixou sequer uma missão por cumprir.
Bebi aqui intensamente de tudo o que a vida me ofereceu, e deixo pétalas em forma de sorrisos, flores que semeei a beijos e que o meu olhar e as minhas mãos regaram de carícias em tantas tardes e noites.
Talvez tenha saudades.
Mas sei que poderei sempre espreitar as minhas flores por entre o brilho intenso do sol que me recebeu com mil abraços ou por entre as palavras dos poetas meus irmãos e o afago de alma da sua poesia.

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