O amor é um eterno abraço sem pausas para a solidão
A
noite traz-nos por vezes recantos perfeitos onde por entre a escassa luz
partilhamos segredos.
Um
afago, uma palavra, o fim do medo de sermos nós… e o deixar que a alma se
entrelace na de alguém ao ritmo do assumir de todas as mais confortáveis cumplicidades.
E
às vezes nesses recantos assistimos à morte de uma certa solidão, talvez no exacto
momento em que as mãos já não sentem a distância de por quem choram, e os
sentimentos expressos por palavras ajudaram a construir a casa onde iremos
viver, e que é a casa onde mais queremos viver.
A
casa onde nunca faltarão os bolos da nossa ilusão.
A
casa com vista para a praia onde passearemos todas as manhãs e ao entardecer.
Ali,
na praia, desenharemos passos lado-a-lado na areia e bem junto ao mar que os
arrancará para si pela espuma e pelas algas que as ondas trazem consigo, fazendo
deles um tesouro que percorrerá o mundo inteiro no maior esplendor de azul.
E
existirão instantes em que não resistiremos a um abraço, a um beijo que cubra
de intenso doce a brisa salgada que a praia interponha entre o nosso respirar.
E
as palavras e juras de amor que se soltarão de entre os beijos…
Depois
talvez nos deitemos na areia esperando o luar, contando histórias, fazendo
planos, mas sempre num abraço; ou não fosse o amor um eterno abraço sem pausas
para a solidão.
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