Setembro


A copa verde e densa que nos oferece sombra para o descanso na manhã repleta de sol é uma herança doce da primavera que passou.
Ainda há pouco subimos o jardim seguindo as veredas definidas pelo granito alinhado na forma de pequenas pedras, e não conseguimos declinar a generosidade de um banco de madeira que oferece espaço para os dois.
O sol de verão de uma manhã de um muito jovem Setembro a pedir-nos incessante a bênção de uma sombra.
Sentamo-nos, recostamo-nos, e trocamos a perna apercebendo-nos que têm tom de Outono, e de entre o ocre e o sangue, as folhas caídas junto aos nossos pés.
A sombra realça a brisa, e os ouriços verdes e gigantes do castanheiro à nossa frente, chamam para aquele instante a genética da montanha que a neve enfeita em Dezembro, e o calor salgado vendido às dúzias nas castanhas que o braseiro “incendiará”.
Entre palavras damo-nos não sei quantos beijos; que impossível será estimar aquilo que sendo muito, soará sempre a pouco.
E pedimos ao tempo que nos embale e nos faça adormecer.
Setembro…
Dias iguais ao nosso amor cruzando o tempo, dias de todo o ano.

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