O universo é uma estrada que cabe num sábado de manhã



Há um despudorado azul sobre as laranjas de Vila Viçosa que amadurecem à boleia do verão de Novembro.
Um sábado e eu rumo a norte...
As oliveiras estão acesas, a vinha já repousa em tom de Outono, um homem toca um acordeão à porta de uma tasca, o rapaz faz piruetas com uma velha bicicleta...
Uma mulher sacode lençóis à janela, no sítio de onde vê passar o tempo; e há rosas floridas numa rua de Galveias.
O Senhor das Almas tem altar entre os preserverantes sobreiros que lhe oferecem e muito informal cúpula nada barroca e com muito de céu.
O Tejo, Abrantes... no Spotify escuto Fausto...
"Por este rio acima".
Passaram quatro horas e cruzo a Arrábida para entrar no Porto. Entre a Ribeira e a Foz, hoje escolho o Atlântico.
E o céu do verão de Novembro...
Portugal é uma perpétua coerência de céu azul por sobre as diferenças que queiram inventar.
E entre o que se vê, o que se pensa e o que se deseja, fico com a sensação de que o universo é uma estrada que cabe num sábado de manhã.

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